Quem sou eu?

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É difícil escrever sobre algo inexplicável. Tentar definir o que eu sinto quando cozinho. Sim, ganhei prêmios. Sim, ganhei concursos. Sim, fiz viagens internacionais. Sim, fui reconhecido por grandes chefs. Mas isso muita gente também foi. O meu diferencial? Eu amo o que faço, e tenho certeza que essa paixão se reflete em cada componente de cada prato que sirvo. Não quero ser visto como um chef do grupo dos “intocáveis”: por isso fiz esse blog, para você aprender, ensinar, rir, criticar, e claro, elogiar. Sou só um cozinheiro, que tem como principal objetivo te servir com qualidade. Hoje, represento uma bandeira, um restaurante, e principalmente uma equipe. E sei que sem ela nada disso seria possível. Espero que goste!

quinta-feira, 10 de junho de 2010


Arco Íris

Sou um amante do Rock. O que conto agora pra vocês é uma breve história sobre o Pink Floyd, especificamente sobre o álbum que para muitos estudiosos do assunto, críticos, músicos, fãs e botequeiros é a maior obra prima da banda: The Dark Side of the Moon, de 1973. Mas não vou falar da sua magnitude nem de suas faixas astronômicas e cósmicas, e muito menos de seus integrantes, os criadores da obra, mas sim do prisma, símbolo da capa do LP. Como todos sabem, desculpem-me. Como a minoria sabe, ao direcionar a luz em um prisma o reflexo sai do outro lado como um arco íris. Não sei o porque e também não é esse o objetivo da minha analogia.
Agora, como a maioria sabe, o arco íris é o símbolo do movimento gay.
Outro dia, estava eu andando pela Avenida Paulista com um amigo em um dia de folga (Como todo cozinheiro que se preza era uma segunda feira, ótimo dia para folgar), entramos FNAC e me deparo com uma linda camiseta do tal álbum com o prisma refletindo o arco íris na frente e atrás, e bem abaixo escrito pequeno: Pink Floyd. Consumista como sou, comprei a camiseta e no dia seguinte voltei à cidade em que morava, na época Campos do Jordão, onde trabalhava. Estava louco para estrear minha nova aquisição então fui a um bar da cidade para “tomar umas” e notei que as pessoas me olhavam demais e estranhamente.
No começo fiquei tão cheio que meu prisma quase virou uma bola, mas o engraçado era que umas pessoas me olhavam com cara de cachorro sem dono como querendo dizer: “ai, que bonitinho!” outras “vai embora! vou te matar!” e outros ainda com cara de romance. Confuso, fiquei assustado.
Aí veio a revelação. Uma menina vem e me diz: “Posso te fazer uma pergunta?” E eu disse: “Claro!”, e então veio a pergunta bomba: “Você é gay?”. Silêncio no ar. Por alguns segundos fiquei me questionando do porque da pergunta. Será meu corte de cabelo normal? Meu All Star vermelho? Meu excesso de educação? A tatuagem bem agressiva do Led Zeppelin que cobre todo meu braço direito? E então respondi: “Não, por que?” E ela me respondeu: “É que sua camiseta é do movimento gay, né!”.
Agora sem respirar e como diz a cantora Maisa: Meu mundo caiu... O difícil foi explicar pra ela sobre o Pink Floyd e que sua obra prima estava estampada na minha camiseta. Ainda bem que tenho o Led Zeppelin tatuado no braço.
Hoje quando estou com a minha camiseta e me questionam sobre o assunto, para facilitar minha vida eu respondo: Sou!
O pior de tudo é que pra piorar sou São Paulino roxo e tenho uma coleção de camisetas do São Paulo as quais uso alternadas com a do Pink Floyd. Bem ... acho que de qualquer maneira tô ferrado mesmo!